Cássio Roberto Ramos, nascido em 6 de junho de 1987, renascido em 9 de dezembro de 2011 quando finalmente sua vida começou de verdade, no Colossal da Zona Leste, o Sport Club Corinthians Paulista. Ou simplesmente Cássio, o gigante.
Cássio das defesas impossíveis, Cássio que completará hoje 700 jogos, Cássio que faz cera, Cássio daquele milagre em cima do Diego Souza, de tantos penais defendidos. Cássio, o gigante.
É bem verdade que tem sido alvo de críticas nos últimos anos, capitão de elencos bastante discutíveis, questionáveis. Cássio das declarações de cobrança, das caras feias. Cássio, o gigante.
Podemos lembrar das defesas no mundial, mostrando aos ingleses que Gordon Banks é minúsculo perto de seus milagres. Podemos lembrar das decisões por pênaltis, de tantas coisas. Mas não é por isso que chamamos: Cássio, o gigante.
Cássio está no Corinthians, time da vanguarda, time da Democracia Corinthiana, time do investimento real no Futebol Feminino. Único clube brasileiro a não tolerar Cuca. E o primeiro clube a ter em seu estádio próprio uma sala feita para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O primeiro clube a ter uma torcida autista – hoje, ainda bem, seguido pelos rivais da capital.
Cássio é também pai. Com todos os erros de ser pai e ser futebolista, com todas as faltas que isso acarreta, em algo Cássio nunca faltou: em elevar o debate e respeito às pessoas com TEA.
2 milhões de pessoas são TEA no Brasil. Uma causa que ganha mais visibilidade a cada dia. Cássio tem uma filha no espectro e sempre lidou, ao menos publicamente, muito bem com este fato. Em 2022, antes de um jogo contra o Internacional na Neo Química Arena Cássio vestiu a camisa dos Autistas Alvinegros dando pela primeira vez visibilidade à primeira torcida autista do país.
Autistas Alvinegros
O Autistas Alvinegros foi o primeiro movimento dentro do futebol brasileiro a levantar a bandeira e incluir torcedores que estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus familiares, nos estádios brasileiros.
Você pode reparar na faixa que está sempre perto do meio campo, no setor Leste do estádio. Mas há também uma sala destinada aos autistas no setor Oeste Superior onde todos os torcedores dentro do TEA têm direito a um ingresso gratuito – para a pessoa atípica – e três meias-entradas para os acompanhantes.
“Conheci o pessoal, eles estiveram no CT, vi que são pessoas sérias. Nem todos sabem, mas eu tenho uma filha autista, a Maria Luiza, minha filha de 4 anos tem autismo. Eu comecei a pesquisar e ler mais sobre o assunto, sigo páginas de autismo. Como pai, quanto mais eu puder saber sobre autismo, até para dar suporte para minha esposa e para minha filha evoluir, eu vou fazer”, afirmou Cássio ao portal R7
Cássio 700 jogos
Ao completar 700 jogos, marca importantíssima e igualmente rara, o clube e o próprio Cássio decidiram comemorar com um vídeo, um Patch e uma camisa que mostram sua grandeza.
Cássio tem muitos títulos, muitas defesas importantes. Mas é por escolhas como esta que ele é Cássio, o gigante.
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