O clima em Itaquera não é dos melhores.
A derrota na terça-feira para o São Paulo, além da quebra do tabu de invencibilidade contra o rival, foi mais um golpe na moral e autoestima corinthiana, ou pelo menos o que restou depois dos últimos três colecionando fracassos. Talvez seja cedo demais para desistir do Corinthians em 2024, são quatro jogos, com uma vitória sem convencer e três derrotas.
Passados três anos de Renovação e Transparência, que aparentam ter acabado ontem à noite nas eleições do Conselho Deliberativo do clube, é preciso ressaltar que nossa imagem está manchada, nossa moral abalada, nossos jogadores sem confiança, nossos ídolos queimados e nossa identidade ideológica no lixo. Cabe a atual gestão tentar juntar os cacos de um Corinthians sem alma, sem identidade.

É preciso muita fé para esperar dias melhores no Parque São Jorge.
“É isso, não quero mais acompanhar essa desgraça de time cujo centroavante não tem o mínimo de confiança e de capacidade de chutar uma bola no gol”, é o que eu penso. “Talvez seja melhor eu fazer outra coisa, largar o esporte, ser uma pessoa melhor”, e coisas similares a esse tipo de linha que passam pela cabeça de todo o torcedor que vê o time performar mal jogo sim e jogo também, sem brilho, sem raça, sem vontade.
Quem sabe seja preciso um pouco de fé e algumas mudanças, de postura, para que as coisas possam melhorar. Contudo, será que São Jorge consegue dar jeito? Será que esse ano vai ser mais um em que criamos expectativas altas? No primeiro mês de gestão de Augusto Melo, 2024 começou com promessas de “acabou a farra”. Por outro lado, parece que ainda estamos no meio da balada do que propriamente no final.
Yuri Alberto, que veio em definitivo do Zenit, pouco mostrou a que veio, mesmo querendo aparecer e se esforçando. Aquela tentativa de domínio no meio do campo – na verdade uma tentativa de passe com peito muito malfeita – caiu nas graças da internet como piada, prato cheio para os rivais. Matias Rojas foi alvo de vaias em Itaquera após (mais um) jogo sem brilho. Nossos dois melhores jogadores por assim dizer, em quatro jogos, são Raniele e Ángel Romero.

Será que São Jorge consegue nos salvar?
Salve o Santo Guerreiro! Que conhecido por superar desafios e dificuldades, possa servir mais uma vez como imagem de luta e superação nesses tempos de reconstrução da imagem do alvinegro. Vai ser necessário matar um dragão de cada vez para o Corinthians conseguir achar o caminho das vitórias, importantes à medida que o clube soma apenas três pontos no Paulistão.
Enquanto, do lado de fora, no dia a dia, nas arquibancadas, onde quer que o mais fanático corinthiano esteja, até aquele mais descrente de milagres, desprovido do “corinthianismo” – certamente abalado por todos os vexames que passamos -, possa acender uma vela para saudar São Jorge padroeiro e torcer para que ele nos ajude nesse momento de dificuldade.
“Saravá, saravá, salve o santo guerreiro! E uma vela pra saudar, meu São Jorge Padroeiro”
0 comentários