O terceiro capítulo da história de Mano Menezes terminou extremamente desagradável para ambos os lados de forma até que unânime. Tabus sendo quebrados, desempenho fraco dentro de campo e a eliminação do Corinthians ainda na primeira fase do Paulistão 2024.
Ainda mais, a saída de Mano Menezes gerou uma dívida altíssima com o treinador gaúcho, presente da gestão Duílio Monteiro Alves. Neste próximo mês sem Corinthians, vamos parar para lembrar de outros técnicos que passaram pelo Parque São Jorge e não deixaram saudade alguma.
Desde já, aviso que a lista não está na ordem do “menos pior” para o pior de todos. Levamos em consideração o desempenho do treinador, aproveitamento em sua passagem e um pouco da memória afetiva deste que vos escreve. E caso você se lembre de alguém que faltou aqui, fique a vontade para comentar abaixo.

Adilson Batista
Quando Mano Menezes deixou o Parque São Jorge rumo a Seleção Brasileira em 2010, o nome que a diretoria escolheu para substituí-lo foi de Adilson Batista. Ex-jogador e campeão do mundo com o Timão em 2000, ele foi apresentado no dia 27 de julho após passagem positiva no Cruzeiro no ano anterior.
Enquanto isso, curiosamente, o treinador estava movendo uma ação contra o clube na qual cobrava uma dívida de R$ 500 mil por atraso de pagamentos. Após estrear com um empate no Derby em 1 a 1 no Pacaembu, ele deixou o clube já no dia 10 de outubro, em uma derrota por 4 a 3 para o Atlético-GO. Foram ao todo 7 vitórias, 4 empates e 6 derrotas com 49% de aproveitamento.
De acordo com o mesmo, Adilson disse que não conseguiu dar sequência ao trabalho de Mano Menezes e declarou:
“Entendo a situação e, conversando com o Mário, disse que queria o bem da instituição. Questionaram se eu estaria com medo ou se seria um ato de covardia. A minha carreria é vitoriosa desde o Mogi Mirim. Infelizmente, não foi possível dar sequência ao trabalho do Mano. Então, entendemos que era melhor o Corinthians buscar outro treinador. Peço desculpas ao torcedor por ter assumido o time na primeira posição e estar deixando em terceiro. Acho que o Corinthians ainda tem chance de ser campeão. Vou estar torcendo pelos meninos”
Adilson Batista
A dupla de 2016 (Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira)
Dois nomes que valem por um porque ambos fizeram trabalhos péssimos naquele ano de 2016. Em primeiro lugar, o ano começou com a debandada dos principais jogadores do clube na janela de janeiro para o futebol chinês.
Segundamente, em junho de 2016, Tite deixou o Corinthians para assumir o comando da Seleção Brasileira. Roberto de Andrade, presidente do clube, anunciou que o ex-Vasco Cristóvão Borges seria o treinador dali pra frente. Na sua entrevista de apresentação, classificou sua passagem no Timão como o maior desafio de sua carreira.
Durou menos de três meses, somando 7 vitórias, 5 empates e 6 derrotas, com aproveitamento de 48%. Foi demitido após uma derrota no Derby em casa por 2 a 0. Em seu lugar, contudo, o alvinegro fechou com Oswaldo de Oliveira. Conhecido por ser o técnico campeão do mundo em 2000, o veterano foi pior: duas vitórias em nove jogos, sendo dispensado em dezembro.
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Vagner Mancini
Ah, o Mancinismo… você lembra que eu sei. Você lembra que logo após a chegada, muita gente ficou dividida. Você lembra dos memes do Mancini. Eu sei, eu estava lá também.
O treinador, a princípio, disse que o Timão “voltaria a ser o Corinthians, jogaria com a marca Corinthians”. E spoiler: não foi. Mancini conseguiu, é bem verdade, evitar um rebaixamento em 2020 no Brasileirão, terminando no 12º lugar com resultados bem irregulares.
Foi eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil para o América-MG, chegou a levar 4 a 0 do Palmeiras e do Peñarol na Sul-Americana de 2021. Foram 45 jogos, com 20 vitórias, 13 empates e 11 derrotas e um aproveitamento de 54%. Por fim, foi demitido após a eliminação para o Palmeiras no Paulistão de 2021.
Jair Ventura
Tanto Osmar Loss quanto Jair Ventura merecem a menção, mas eu vou ficar com o segundo. Ainda mais porque Jair foi responsável por eliminar o Flamengo nas semifinais da Copa do Brasil de 2018 e chegar a final, perdendo para o Cruzeiro.
No entanto, pior que Osmar Loss, o time de Jair Ventura ficou muito perto de cair. Aliás, aquele time de 2018 campeão paulista em cima do Palmeiras sentiu a saída de Fábio Carille. Da mesma forma que no decorrer do ano tivemos contratações questionáveis: Sergio Diaz, Ángel Araos, Danilo Avelar, Juninho Capixaba entre outros.
O treinador comandou o Timão por 19 partidas, ficando com quatro vitórias, seis empates e nove derrotas, o que representa um aproveitamento de 31,5% dos pontos disputados – o pior desde 2006.

Cuca
Posso dizer por mim que essa foi a pior decisão tomada na história do clube. Antes de tudo, vamos lembrar a todos que a gestão Duílio Monteiro Alves foi consultar torcedores e ex-jogadores sobre uma possível chegada.
Tendo noção de que a maioria esmagadora era contra a chegada do treinador, em seguida o clube anunciou a chegada de Alexis Stival para o comando técnico do clube. Desde a chegada, Cuca foi rechaçado por torcedores que se manifestaram pedindo a saída do técnico.
Foram dois jogos apenas. Uma derrota vergonhosa por 3 a 1 para o Goiás e a classificação na Copa do Brasil nos pênaltis contra o Remo após derrota por 2 a 0 no Pará. A imagem dos jogadores indo comemorarem com o técnico é muito incômoda.
“Eu saio neste momento, não é pelo o que eu queria. Se espera uma vida inteira para estar aqui. É um pedido da minha família. “Pai, vem, estamos precisando”. Amanhã estou em casa, vou cuidar de vocês. E antes desse sonho se realizar, tiveram três, quatro dias muito pesados para mim. De pesadelo. Foi quase um massacre o que acabou acontecendo. Eu estava muito concentrado nessa decisão, não queria tirar o foco. E isso acaba levando para os jogadores. Hoje me emocionaram. Estou aqui há cinco dias, mas todos ofertaram para mim. Eu não pedi nada, mas eles sentiram, como ex-atleta que sou, o que estou passando.”
Cuca, em coletiva pós-jogo
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