Amado por muitos, odiado por tantos outros Yuri Alberto é um fenômeno que não se explica por números ou estatísticas….

Yuri Alberto chegou ao Corinthians com um contrato de cinco anos, para tanto o Corinthians realizou uma negociação complexa com o Zenit, da Rússia, que envolveu a troca de cinco jogadores.

O goleiro Ivan, o zagueiro Robert Renan, o meio-campista Du Queiroz e os meia-atacantes Gustavo Mantuan e Pedro foram parte do acordo de maneiras diferentes. Com a negociação, o Corinthians ficou com 50% dos direitos econômicos de Yuri Alberto, enquanto a outra metade permanecerá com o Zenit, que busca lucrar com uma possível transferência futura.

Com exceção ao zagueiro Robert Renan, nenhum dos outros jogadores envolvidos me traz qualquer tipo de saudade. É bem verdade que foi um valor alto para apenas metade dos direitos econômicos.

Quem gosta fala dos números*

Yuri Alberto chegou ao Corinthians em 2022 e acumula até aqui 47 gols em 140 partidas, uma média de 0,33 gol por partida (o que convenhamos não quer dizer muita coisa, era melhor dizer que significa 1 gol a cada 3 partidas, seria muito melhor mas o escriba do texto é meio tonto, perdoem).

Como base de comparação, temos:

• Jô: 0,22 gol por partida (284 partidas)
• Roger Guedes: 0,34 gol por partida (126 jogos)
• Romero: 0,19 gol por partida (313 jogos)
• Luizão: 0,69 gol por partida (109 partidas)

Calleri, do rival, tem por exemplo média bem próxima, de 0,38 gol por partida pelo São Paulo (são 167 jogos).

Se pegarmos os números de 2024, o retrato de Yuri Alberto fica ainda melhor, são 8 gols no campeonato brasileiro (Pedro, o artilheiro – lesionado – tem 11) e 21 gols na temporada, em apenas 48 jogos, uma impressionante média de 0,43 gol por partida. E não estamos levando em conta aqui as participações em gols, como assistências ou passes decisivos (contra o Paranaense – nunca sei onde fica o H de modo que vamos só de sobrenome nesse caso – foi um gol e uma jogada bem relevante que sobra para o Garro fazer o dele).

Mas há quem mostre um outro lado…

* Os números foram colhidos entre TransferMarket, Sofascore e bolas de cristais. Em caso de discrepância favor observar: 1. a data de publicação deste texto; 2. o fato da pesquisa não ter tido nenhum caráter científico; 3 ou seja, não perturba.

Quem não gosta fala dos gols perdidos

É bem verdade que no papel o atacante Yuri Alberto é muito bem sucedido. Bons números, boa média de jogos e de gols, uma ótima recuperação física e raramente se vê metido em confusões (claro que assim que terminei a frase ele foi punido pelo STJD, é a vida…).

No entanto é impossível não falar dos inúmeros gols perdidos pelo menino Yuri. Seja em situações de cara a cara com o goleiro adversário (algumas inclusive sem goleiro), seja em cabeceios, enfim, todo torcedor Corinthiano se lembra de pelo menos um gol muito feito que Yuri conseguiu a proeza de perder.

Muitos destes gols – dizem os críticos – acabaram por terminar em jogadas importantes para os adversários e / ou poderiam resolver jogos que terminaram em empate ou derrota para o alvinegro colossal de itaquera city, o melhor e único lugar do planeta no qual é possível ser feliz.

Nem cá, nem lá…

Este pobre senhor de meia idade, que escreve estas linhas que não serão lidas por quase ninguém pensa que a verdade, como sempre, está no meio do caminho.

Vamos por um gráfico do Sofascore para ilustrar, porque ilustração distrai a gente das letrinhas e sempre facilita a vida…

Primeiro ponto que a esta altura deveria estar transparente para qualquer ser do tipo bípede, é que Yuri não é centroavante e não deveria ser cobrado como tal. Eu sei, eu sei, muita gente discorda, incluindo o treinador, mas ele atuaria melhor se aceitasse jogar como falso 9 (ou seja, enchendo o saco da zaga, mas voltando para receber a bola em velocidade e não ficando paradinho esperando a bola para fazer um pivô).

E como falso 9 ele cumpre muito bem a função. Perturba a vida dos zagueiros na saída de bola adversária, o que é fundamental para evitar que o adversário comece as jogadas já no meio campo e nos empurre para trás, tem uma mobilidade absurda, corre o tempo todo e chega inteiro em jogadas mesmo no fim das partidas.

E, para quem gosta de ser irônico, é falso também porque perde gols para caramba. Eu não gosto de ironia, prefiro dizer que o problema do Yur, é, na verdade, um problema de entendimento do que ele pode oferecer.

Se você esperar dele um matador como Luizão, sua decepção será certa. Mas tendo o entendimento da importância tática dele para o time e, tendo alguém que saiba finalizar e matar um jogo próximo a ele, então você terá um atacante de fundamental importância para o time.