Após inúmeros mandatos da Renovação & Transparência, o Corinthians respirou novos ares com a vitória de Augusto Melo nas eleições de 2023. O presidente, ainda durante sua campanha, comprometeu-se a instaurar um novo ciclo no Timão, pautado por decisões mais acertadas e transparência para a Fiel, ou como costuma afirmar, “estaria devolvendo o Corinthians ao torcedor”. Por motivos óbvios, a torcida se entusiasmou com essas promessas. No entanto, em menos de um mês de mandato, a apreensão tomou conta da torcida corinthiana.
Confia nosso texto sobre os 20 primeiros dias de Augusto Melo como presidente. Clique aqui.
Seus primeiros movimentos como presidente
Augusto Melo foi bastante presente no período eleitoral, atacando a oposição e defendendo suas ideias com comentários convictos nos debates. Esses comentários visavam a realidade do clube alvinegro, proporcionando aos torcedores a esperança de uma equipe mais competitiva. Ainda em dezembro, anunciou que, em seu primeiro dia como presidente, implementaria uma reestruturação no elenco e um “pacotão” de reforços. Quanto ao primeiro tópico, estava correto. Gil, Giuliano e Renato Augusto foram alguns dos nomes que deixaram o clube antes mesmo do dia 2 de janeiro de 2024, abrindo espaço para novas chegadas e aliviando a folha salarial, o que gerou esperanças na Fiel.
Sobre os reforços, surgiram algumas polêmicas. Durante a coletiva de apresentação da Vai de Bet, novo patrocínio master do Timão, o zagueiro Lucas Veríssimo vestiu a camisa do clube e foi apontado por Augusto como o “primeiro grande movimento de sua gestão”, referindo-se ao acerto com o atleta. No entanto, como sabemos, na véspera do início do Campeonato Paulista, a Fiel foi comunicada de que Veríssimo havia acertado com outro clube do Catar, e o Corinthians não receberia um real com essa transferência. Seja ingenuidade do presidente ou má fé por parte do atleta, uma coisa é certa: a fala de Augusto sobre seu “primeiro grande movimento” só ressaltou que algumas coisas não estavam tão transparentes assim.
Mais algumas surpresas
Ainda durante a coletiva de anúncio do novo patrocínio master, Augusto afirmou que a multa rescisória referente a Pixbet (20 milhões de reais) seria arcada pela Vai de Bet. Contudo, na manhã do dia 23 de janeiro, a torcida descobriu que esse montante teria de sair dos cofres do Corinthians. A assessoria do clube, em questão, se pronunciou, dizendo que houve uma confusão por parte do presidente Augusto Melo. Ou seja, uma pequena confusão de 20 milhões nos levanta a seguinte pergunta: Augusto se enganou em sua declaração na coletiva ou na interpretação do contrato?
Seguindo a cronologia, ainda referente ao dia 23 de janeiro, duas outras questões dominaram a mídia. A primeira sobre Garro, um dos reforços do “pacotão”, que ainda não estava no BID. Ao ser questionado na Zona Mista sobre a situação do meia, o diretor de futebol Rubens Gomes afirmou: “É documentação só. A parte financeira já não está sob minha responsabilidade. Isso aí (R$20 Milhões) não sei se foi pago ou não.” O fato do diretor de futebol do Corinthians não saber sobre o pagamento foi somente mais um absurdo, que em seguida foi complementado pelo presidente do Talleres, de acordo com a Rádio Itatiaia, afirmando que o pagamento ainda não havia sido realizado. Em última atualização, espera-se que o pagamento referente ao Garro seja realizado no dia 24 de janeiro, e com isso o meia deve estrear na terceira rodada do Paulistão.
Sobre a última polêmica até então, o Corinthians desistiu da contratação de Matheus França após o clube não entrar em acordo com o Flamengo. O problema, no entanto, foi o fato de que o lateral já estava treinando com o elenco do Timão, aparecendo até mesmo no treino aberto na Fazendinha no dia 20 de janeiro de 2024. Para piorar, Augusto Melo havia afirmado no programa Jogo Aberto que o jogador já havia sido contratado. Vale dizer também que em 2023 o presidente havia prometido um grande nome como o novo Executivo de Futebol e não conseguia decidir publicamente se havia ou não conversado com nomes como Alexandre Mattos e Rodrigo Caetano. A única coisa que sabemos é que um velho conhecido assumiu a cadeira outra vez.

E o diagnóstico?
No momento, não questiono as ações da diretoria de Augusto Melo, mas sim sua postura diante dos microfones. O presidente tem em mente que ainda está em período eleitoral e sente a necessidade de destacar cada ação de suas negociações. No entanto, ao se perder em seus pensamentos, deixa de lado o profissionalismo e age na emoção, dizendo tudo o que lhe convém sem ter a garantia de assinatura da outra parte em seus contratos. Talvez a solução seja um Media Training. Talvez controle emocional. Ou talvez entender o peso da cadeira na qual se sentou.
0 comentários