Corinthians vive momento “normal” de instabilidade em relação às trocas de gestão de seus rivais.

Futebol e gestão andam sempre lado a lado, o comum é sempre acabar pesando para um deles na balança em momentos de transição de presidentes, geralmente pesa o campo.

A temporada do Timão em 2024 começou com um turbilhão de acontecimentos, o principal deles é com certeza a chegada de Augusto Melo como Presidente do Sport Club Corinthians Paulista de forma oficial. A figura do atual presidente sempre foi muito comunicativa com a torcida, principalmente em relação ao futebol e a situação financeira do clube. Augusto Melo sempre aparecia publicamente para falar sobre “Devolver o Corinthians para o Corinthiano”, “Vamos ter um time que vai brigar por tudo” e o mais famoso entre eles, o “Acabou a farra”.

Apesar de começar o Paulistão com o pé direito, vencendo o Guarani em casa, o Corinthians caminhou por uma fase dura no estadual, chegando a cinco derrotas seguidas. Com os maus resultados, a torcida corinthiana começou a cobrar a equipe e principalmente o presidente Augusto Melo, que sempre se mostrou confiante e otimista em relação ao elenco que está sendo montado, enquanto isso, até a vitória contra a Portuguesa, o Timão estava na zona de rebaixamento do Paulistão.

Com todos os acontecimentos recentes em campo, é justo pensar que a diretoria recém chegada é culpada pelos resultados ruins, porém, é possível também entender a situação atual do clube, que passa por uma transição de gestão e uma reformulação geral. Pensando por este lado, vamos trazer um geral sobre a situação dos clubes rivais em seus anos de transição de gestão, o que pode nos levar a entender que o momento do Corinthians de instabilidade em campo é algo que podemos considerar “normal” em relação aos primeiros anos de novos presidentes em clubes como Palmeiras, Santos e São Paulo.

São Paulo em seu primeiro ano de Júlio Casares (2021)

• 70 jogos disputados, 29 vitórias, 24 empates e 17 derrotas.
• Décimo terceiro lugar no Brasileirão, Campeão Paulista (Se classificou em primeiro na fase de grupos, perdendo apenas para o Grêmio Novorizontino fora de casa.), eliminado nas quartas da Copa do Brasil e nas quartas da Libertadores.
• Começo de Brasileirão com 9 jogos sem vencer.
• Crespo e Rogério Ceni foram os técnicos durante o ano.
  

Palmeiras em seu primeiro ano de Leila Pereira (2021)

• 72 Jogos disputados, 39 vitórias, 13 empates e 19 derrotas.
• Terceiro lugar no Brasileiro, Vice-campeão paulista, eliminado na terceira fase da Copa do Brasil (Sendo eliminado para o CRB), Vice-campeão da Supercopa do Brasil, Vice-campeão da Recopa e campeão da Libertadores da América.
• Abel Ferreira como técnico desde o fim de 2020.

Santos em seu primeiro ano de Andrés Rueda (2021)

• 70 jogos disputados, 24 vitórias, 21 empates e 25 derrotas.
• Décimo lugar no Brasileirão, eliminado na fase de grupos do Paulistão, eliminado nas quartas da Copa do Brasil, eliminado na fase de grupos da Libertadores e nas quartas da Sul-Americana.
• 2 vitórias em apenas 11 jogos no começo do Paulistão.
• Ariel Holan, Fernando Diniz e Carille foram os técnicos durante o ano.

É visível o quanto os clubes sofrem esportivamente em anos de transição de gestão, mesmo com suas diferenças financeiras e técnicas, como o Santos que teve um caminho de duas vitórias em onze jogos e que até hoje enfrenta problemas de gestão e principalmente problemas financeiros ou o Palmeiras, que mesmo tendo altos patrocínios e um elenco já montado, viveu eliminações contra CRB na Copa do Brasil e derrotas em finais, até o São Paulo, que mesmo campeão estadual, ainda sim enfrenta uma sequência de 9 jogos sem vitórias em seu começo de Brasileirão e eliminações em Copa do Brasil e Libertadores.

O momento do Corinthians pode ser considerado comum, é o começo de uma nova gestão, com novas pessoas, novas maneiras de pensar e principalmente novas maneiras de lidar. Augusto Melo coloca muita expectativa na torcida, isso favorece com que esse clima de momento ruim seja muito mais problemático, a percepção do torcedor é de que o presidente não enxerga o que é a realidade do clube hoje, o que é realmente muito ruim. Porém, acredito que estamos no caminho certo, montando um elenco inteiramente novo, com muitos estrangeiros e jogadores que vão precisar de um tempo para adaptação, inclusive com o novo treinador António Oliveira.

Temos que ter paciência, vivemos momentos muitos ruins nos últimos anos e tudo isso acaba gerando um peso cada vez maior nas costas do torcedor e do clube, mas o futebol não se constrói de um dia para o outro, é necessário muito trabalho e tempo. Ficamos aliviados com uma vitória complicada contra a Portuguesa, que pode marcar uma virada de chave no campeonato com a chegada de António Oliveira e as possíveis chegadas de Matheus França e Igor Coronado.

A realidade é que precisamos viver esse momento para que as coisas boas voltem a acontecer, assim como aconteceu com nossos rivais.