No Corinthians, precisa ter vontade, coisa que anda em falta

por | ago 4, 2024 | Análises, Futebol Masculino

Mesmo com dois jogadores a mais, empate com o Juventude colocou o Timão de volta a zona de rebaixamento

O apito final na Neo Química Arena encerrou um jogo problemático e tão torturoso de um time que precisava vencer pra fugir da zona de rebaixamento. Com dois jogadores a mais, o Corinthians foi incapaz de se impor contra o Juventude e ficou no empate em a 1 a 1 pela 21ª rodada do Brasileirão. Alan Ruschel abriu o placar com menos de cinco minutos de jogo e Pedro Henrique empatou no começo da segunda etapa.

Nesse sentido, quis o árbitro paranaense Lucas Torezin e a cabine do VAR serem protagonistas de um jogo onde não teve muita continuidade assim. Seja para a demora da checagem de gol dos gaúchos, seja para a confusão na expulsão do goleiro Gabriel e a demora do mesmo em sair, seja para anular um pênalti claro a favor do Corinthians no segundo tempo.

Mais do mesmo

Apesar de um primeiro tempo onde a equipe de Ramón Díaz foi produtiva no ataque, a defesa corinthiana novamente entrou em campo desligada. Raniele e Fagner foram os piores em campo. O volante não é o mesmo do primeiro semestre, se destacando nos desarmes e saída de bola. O camisa 14 tem oscilado muito nos últimos jogos e o confronto contra o Grêmio evidenciou que Ryan Gustavo definitivamente precisa ser titular.

Fagner, por sua vez, acompanhou com os olhos o lateral do Juventude escorar para abrir o placar, o mesmo e mais quatro jogadores ficaram para trás no meio campo na jogada que resultou no gol. Por quê não ter começado com Matheuzinho?

Ainda assim, é preciso fazer, ainda que de forma discutível, elogios pontuais: Giovane foi o centroavante nesta partida e teve uma atuação satisfatória. Porém, escorregou demais em lances que poderia ter caprichado melhor. Fora que sempre se deslocava da área pra puxar a bola pela ponta. Sem alguém na área, Ramón alertava para que Alex Santana, Garro e Wesley se infiltrassem.

Igor Coronado, ressalvo as críticas do salário que não cabem neste momento, é quem criou mais no primeiro tempo. Tem um passe diferente, poderia ter tomado uma decisão diferente aqui e ali, mas fez o que pode.

Das poucas coisas dignas de elogio no Corinthians, Pedro Henrique entrou com vontade no segundo tempo e anotou o gol do empate (Foto: Ricardo Moreira/Getty Images)

Um time nervoso

Não é de hoje que o Corinthians mostra muito nervosismo em jogos que precisa ganhar ou precisa reverter placares. As coisas pioram quando o adversário é um time direto na parte debaixo da tabela.

O gol de Pedro Henrique, a princípio, deu a esperança de que o Corinthians seria capaz de dar sequência a um primeiro tempo agressivo e viraria o placar. E poderia, não fosse um pênalti não marcado a favor do Timão. Apesar disso, mesmo com um a mais, a situação melhorou quando Alan Ruschel, já amarelado, foi expulso.

Com dois a mais, virou obrigação ganhar o jogo. Todavia, nós sabemos que mesmo com a situação a favor do Time do Povo, o maior inimigo do Corinthians se fez presente: mais do que tomar gol nos minutos iniciais ou finais da partida, o mental é um fator que tem custado pontos ao clube. Erros individuais e postura tem sido um dos pontos cruciais dessa falta de rendimento.

Mas passada algumas horas do fim do jogo, ainda não desce a informação de que, com dois a mais, a estratégia do Corinthians era cruzar a bola na área e rezar para sair o gol. Era tudo o que o adversário queria para segurar o resultado. O problema é que o Corinthians tem qualidade pra trabalhar melhor a bola. Não precisava ficar cruzando a bola na área. Pedro Raul me causou ódio imenso.

Medo

No final, quem “ganhou” com isso é o Juventude, por ter conseguido segurado o Corinthians em casa e voltar para o Sul com um ponto na mala. De quebra, com as vitórias de Grêmio e Fluminense, o Corinthians voltou ao Z4. Um balde de água fria para quem estava numa sequência que dava confiança numa recuperação, mesmo que sob suspeitas.

A sequência de agosto e setembro serão brutais. Os jogos contra Grêmio e Red Bull Bragantino em um curto espaço de tempo vão colocar mais pressão em um clube que precisa ter uma virada de chave pra ontem. Talles Magno é jovem, mas será que vai conseguir ajudar? Gonzalo Plata vem? Gustavo Cuellar vem?

Com ou sem reforços, é deprimente ver um Corinthians sem vontade, jogadores de um time que não pode parar de lutar.

LEIA TAMBÉM:

QUEM É E COMO JOGA ALEX SANTANA, NOVO REFORÇO DO CORINTHIANS?

OS 10 GOLS MAIS BONITOS DO CORINTHIANS NA NEO QUÍMICA ARENA

Compartilhe:

Autor

  • Lucas Silva

    Jornalista, comentarista e produtor de conteúdo, formado em jornalismo pela UNIP - Campinas. Passagens por Esportudo e Bolavip Brasil. Apaixonado pelo futebol americano desde 2008, criador do Zona Vermelha.

    Ver todos os posts

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Design e Manutenção: Social Comunicação – Todos os direitos reservados