Eliminação do Corinthians expõe mais do que problemas técnicos

por | maio 28, 2025 | Análises, Home, Opinião

*Texto por João Pedro De Boni Lopes

Na noite desta terça-feira, o Corinthians foi até Buenos Aires enfrentar o Huracán pela última rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. Para os argentinos, o jogo era mera formalidade — já classificados e líderes do grupo, mandaram a campo um time praticamente reserva. Para o Timão, no entanto, a partida era decisiva: só a vitória interessava para garantir a classificação. Mas o que se viu em campo foi um time sem alma, que mais uma vez decepcionou sua torcida.

O Huracán poupou nove titulares, pensando na final do Campeonato Argentino, mas mesmo assim foi superior ao Corinthians. Dorival Júnior colocou em campo o que tinha de melhor à disposição — e, mesmo assim, o time teve uma atuação apática, desorganizada e sem inspiração. A formação inicial, com três zagueiros e quatro volantes, travou qualquer possibilidade de criação. Félix Torres, improvisado na lateral, expôs ainda mais a falta de soluções do treinador, que também optou por deixar o único centroavante disponível no banco durante toda a partida.

A eliminação, que parecia improvável quando a fase de grupos começou, se consolidou com uma derrota por 1 a 0 para um adversário em ritmo de treino. O Corinthians, mais uma vez, mostrou um futebol arrastado, previsível e tecnicamente pobre. Mesmo nos raros momentos de tentativa ofensiva, o time esbarrou na própria limitação e na falta de sintonia entre os setores.

Falta de postura do Corinthians irrita os torcedores

A culpa, claro, não recai apenas sobre o treinador. O elenco é limitado, mal montado e sofre com a ausência de peças-chave. Mas o que mais revolta o torcedor é a falta de postura. Em um jogo decisivo, não houve garra, não houve luta — não houve Corinthians.

Nos bastidores, o cenário é ainda mais caótico. Enquanto a Fiel segue apoiando, mesmo em meio à crise, o que se vê no Parque São Jorge é uma guerra por poder. Brigas internas, interesses pessoais e omissão tomam o lugar do planejamento e da responsabilidade. É um clube à deriva, onde o futebol virou só mais uma peça num tabuleiro político desastroso.

Com a eliminação precoce na Sul-Americana, o Corinthians perde a chance de ao menos manter uma competição internacional no calendário. Resta agora torcer por reforços durante a pausa do Mundial de Clubes, e por alguma faísca de reação sob o comando de Dorival. O time, embora limitado, pode render mais. Mas, para isso, é preciso que alguém dentro do clube comece a enxergar o que está diante de todos nós: o Corinthians está pedindo socorro.

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