Uma vitória, dois empates e duas derrotas nos últimos cinco jogos neste mês de abril – entre Brasileirão e Sul-Americana. Após derrotas para Juventude e Red Bull Bragantino, muito burburinho tem se instalado nas redes sociais a respeito do futebol do Corinthians nesse começo de Brasileirão.
Na era dos pontos corridos, o Timão não balançou as redes no Campeonato Brasileiro pela primeira vez. O alvinegro paulista ocupa hoje a 18ª colocação na tabela. Além disso, o calendário não ajuda: jogos contra Fluminense, Fortaleza e Flamengo, além dos confrontos com Argentinos Juniors, Nacional-PAR pela Sul-Americana e o América-RN pela Copa do Brasil.
Contudo, o time do técnico António Oliveira mostrou algumas melhorias mesmo com esse início ruim de campeonato, até durante a Sul-Americana e Copa do Brasil. Esse time dá sinais de que é preciso paciência e calma para que todos estejam entrosados. Mas a paciência do torcedor não é muito.
Sinais de melhora
Desde que o português assumiu o time durante o Paulistão vimos um Corinthians muito diferente do que o time com Mano Menezes. Bem verdade que encarou adversários de menor escalão exceto o Derby contra o Palmeiras. A estreia na Sul-Americana contra o Racing-URU foi abaixo, mas a vitória contra o Nacional-PAR deu mais confiança.
O pessoal do DataFut levantou a estatística de chutes do Corinthians nestes três jogos (conforme o tweet abaixo). Ao todo, 46 chutes feitos com a expectativa de 3.14 gols. No final, não marcamos nenhum. Podemos dizer, desse modo, duas coisas: o Corinthians está criando e avançando mais, tem uma outra mentalidade comparada a de Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo, por exemplo.
A segunda é existe muita irregularidade das peças ofensivas do clube. O mesmo DataFut levantou que o Bahia chutou menos que o Corinthians (39 chutes) nestes três jogos e marcou cinco gols. O Botafogo deu 32 chutes em três jogos e marcou oito gols.
Yuri Alberto e Ángel Romero, artilheiros do time até aqui, perdem muitas chances. O camisa 9 principalmente, depois de encarar uma boa sequência de jogos marcando gols, novamente encara um jejum. Romero, mesmo com vontade de apoiar as ações ofensivas, centralizado ou pelas pontas, por vezes finaliza mal.
Em contrapartida, jogadores do meio-campo como Rodrigo Garro e Raniele dão o respiro para um time que se contentava com pouco, que fazia pouco e aceitava pouco ao longo dos últimos anos. Em dois jogos em que o argentino e Igor Coronado estiveram juntos, podemos ver uma outra dinâmica a ser explorada. Ainda falta mais repertório e mais criatividade, mas existe alguma luz.

O problema de António
Nosso camarada de redação Daniel Keppler, ainda durante o jogo contra o RB Bragantino, ressaltou como António Oliveira ressalta sobre o tempo que está no Brasil. O português desembarcou no Brasil em 2020 como auxiliar de Jesualdo Ferreira no Santos para depois treinar clubes como Athletico-PR, Cuiabá e Coritiba.
Dá pra ressaltar que, com todo esse tempo em solo brasileiro, deve ser reforçado o pensamento de que o futebol brasileiro é resultadista. Eu particularmente não gosto desse tipo de pensamento, mas infelizmente este é o cenário e a cultura do futebol brasileiro. Gosto das ideias que António traz consigo, o torcedor sabe que o Corinthians é outro em campo, mas sabemos que tudo pode e precisa ser melhor.
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Outro grande problema, talvez, seja a montagem do elenco titular. É claro, o Corinthians é um time em reconstrução, muitos jogadores novos e a falta de entrosamento vai atrapalhar nesse começo de trabalho, ainda mais quando o técnico teve somente 20 dias de “pré-temporada” para treinar com todos os jogadores.
Diego Palacios, que veio de graça dos Estados Unidos, tem sofrido para retornar aos gramados após um jogo no Paulistão. Maycon, que mostrou melhora desde a troca de comissão técnica, deve perder a temporada inteira após romper o ligamento cruzado anterior. Veteranos como Cássio e Fagner merecem um texto a parte sobre seus desempenhos, mas ambos não agradam há algum tempo.

Por fim, eu sei que todos estão preocupados e ninguém quer passar pela dor de cabeça de troca de técnico e quem vai assumir o time. O Corinthians não entrou nesse campeonato como coitado, dá pra ser competitivo e buscar terminar entre os dez primeiros. Entrosamento vem aos poucos, mas a mudança precisa ser imediata. Por mais que eu goste das ideias e da figura de António Oliveira, o tempo será implacável caso a paciência do torcedor se esgote.
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